Foram construídos claustros entre a Charola e a fortaleza dos Templários, mas as maiores modificações verificam-se no reinado de D. João III (1521-1557).
Arquitectos como João
de Castilho e Diogo de Arruda procuraram exprimir o poder da Ordem
construindo a igreja e os claustros com ricos floreados manuelinos que
atingiram o máximo esplendor na janela da fachada ocidental.
Trata-se de uma
construção periurbana, implantada no alto de uma elevação sobranceira à
planície onde se estende a cidade. Está circundado pelas muralhas do Castelo
de Tomar e pela mata da cerca.
Actualmente é um espaço cultural,
turístico e ainda devocional. A arquitectura partilha traços românicos,
góticos, manuelinos, renascentistas, maneiristas e barrocos.
Claustros
Os claustros são
originalmente góticos, com estrutura de arcadas quebradas sobre
colunas grupadas. Já a nave manuelina de espaço unificado está coberta com abóbada rebaixada.
As janelas, frisos e platibandas têm corpo manuelino com
decoração vegetalista, enquanto a planta do conjunto monacal quinhentista
parece inspirar-se na do Ospedale Maggiore, em Milão.
Iniciado nos anos
50 do século XVI por João de Castilho e substituído em
parte por Diogo Torralva, o Grande claustro reflecte a paixão de D.
João III pela arte italiana. Escadas em espiral ocultas
nos cantos conduzem aoTerraço da Cera.
O Claustro da
Lavagem é quadrangular de dois pisos; o Claustro do Cemitério é
quadrangular, com um piso com cinco tramos por ala. Os claustros de João de
Castilho: o Claustro da Micha é quadrangular com quatro alas,
enquanto o dos Corvos é também quadrangular, mas com duas galerias de dupla
arcada separadas por contrafortes. Por último, o Claustro de D. João III é
ainda quadrado, com chanfros nos ângulos.
O Refeitório é rectangular, com abóbada
de berço com nervuras formando caixotões quadrados. O Dormitório está
disposto em cruz, com dois grandes corredores.
Existem ainda o Claustro da
Hospedaria e o Claustro de Santa Bárbara, quadrado, com quatro arcos
rebaixados por ala, sobre colunas de fuste liso, o Claustro dos Corvos, o
único com jardim e o Claustro das necessárias.
A Cozinha
A Charola
O núcleo do mosteiro é
a Charola do século XII, o Oratório dos Templários. Tal
como em muitos dos seus templos, baseia-se na Rotunda do Santo
Sepulcro de Jerusalém, adaptada pelo Infante D. Henrique. Em 1356,
Tomar passou a ser a sede da Ordem de Cristo em Portugal,
e a decoração da Charola reflecte a riqueza da Ordem. As pinturas e frescos
(quase só cenas bíblicas do século XVI) e a estatuária dourada
sob a cúpula bizantina, foram cuidadosamente restauradas. Quando foi
construída a igreja manuelina, esta ficou ligada à Charola por uma arcada.
A Charola,
poligonal, é o centro do conjunto de edificações, culminando-as
visualmente. A norte e a este estão a Sacristia, os claustros do Cemitério
e da Lavagem, as ruínas dos Paços, as Enfermarias e ainda a Sala
dos Cavaleiros e a Botica.
A oeste, a igreja, os
claustros e as dependências conventuais. A norte pontifica a Portaria Real,
entre o corpo das Enfermarias e Hospedaria. A fachada sul está realçada
pela arcaria do Aqueduto dos Pegões, apoiada numa plataforma rústica, que
corresponde ao corpo do Claustro dos Corvos, Dormitórios e Claustro de D.
João III.
No que diz respeito à
planta da igreja, é composta por dois corpos diferentes: a Charola, actual
capela-mor, e o corpo da nave, que se adapta ao desnível do terreno para oeste,
onde possui três registos assentes num forte embasamento e marcados por frisos decorativos
envolventes, com decoração naturalista emblemática manuelina.
No interior, a nave é
coberta por uma abóbada polinervada de combados de João de Castilho.
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